Efetivamente não temos o controle sobre nada, porém algumas mudanças nós podemos provocar.
Efetivamente não temos o controle sobre nada, porém algumas mudanças nós podemos provocar. Acredito que o mais importante seja não perder as convicções, e dosar homeopaticamente as atividades a que nos propomos. Logo depois do lançamento do livro Retratos de Família, começou um ciclo de viagens que “roubou” muito meu tempo com a família. Sempre fui um pai presente, porém a cada viagem para divulgação, palestras, congressos, workshops eu me martirizava, pois no fundo me culpava por estar ausente. Como homem e pai de família busquei forças em minha fé para levar adiante o projeto e fazer o que era necessário fazer.
Não foi uma tarefa fácil.
Embora seja muito legal viajar, conhecer pessoas e lugares, a solidão nos aeroportos é terrível. Na viagem de volta do Japão – 36 horas de viagem – decidi diminuir o ritmo que minha vida estava novamente tomando. Fiz isso em várias etapas de minha vida e dessa forma parei de viajar e dar workshops fora de São Paulo. Acredite, dá um trabalho enorme equilibrar a vida desejada com a realidade, principalmente num mercado tão específico como o mercado fotográfico. Além do medo de estar tomando uma decisão errada – afinal ao tomar uma decisão assim muitas portas podem se fechar – tenho que trabalhar com pessoas que não entendem muito bem essa decisão. E como vivemos num país democrático, pessoas falam… Às vezes falam demais. Mas, como disse um pouco acima “algumas mudanças nós podemos provocar“. Dessa forma novamente provoquei uma mudança enorme em minha vida. Assim também foi quando resolvemos mudar de São Paulo e voltar a morar no interior. Decisão difícil, uma mudança radical em muitos aspectos. Ou seja, abrir mão de muitas coisas – porém receber de bom grado outras muitas.
Um desses presentes foi o tempo presente.
Estar efetivamente onde queremos estar e fazer o que é necessário para continuar assim. Aprendemos a aceitar. Eu aprendi a agradecer. Ainda me esforço muito para aprender a lição que considero a maior de todas.
| Aprender a esperar |
Superar a ansiedade por acreditar que Deus já tenha tudo em seu planejamento. Permitir que as mudanças da vida, assim como as climáticas tragam novidades e um tempo para refletir. Aceitar a chuva e tudo de bom que ela possa nos dar. Aceitar os dias quentes e sentir o rosto queimar. Esperar o frio com uma caneca de chocolate quente. Esperar o outono e ficar feliz por poder varrer a calçada. Ver o crescimento dos filhos acompanhado do envelhecimento de seus amigos. Aceitar que as marcas no espelho refletem sua história, e que essa é fruto de duas decisões. Aceitar e compartilhar a Graça de Deus em sua vida. Compartilhar.