Da teoria à prática.
Depois do susto anunciado, a preocupação se deu por conta do balanço do prédio. Durante faculdade de arquitetura estudamos que os prédios podem ser projetados e construídos para suportarem balanços, mas sentir isso na prática confesso que foi muito diferente. Os prédios são feitos para se movimentarem de acordo com a movimentação do solo, e assim não sofrerem um colapso . Da janela de meu quarto – 9 andar e reservado para fumantes – eu via o mar quebrando, e as ondas ao fundo muito altas. Sim, senti medo.
“O que estou fazendo aqui?”
Primeiro pensamento a brotar, depois do ataque de renite. Além de não fumar, passei a noite em praticamente em claro, esperando a passagem do Taifu – que mudou seu caminho, indo para o mar e atingindo outra região. Um grande silêncio se fez aquela noite, poucas pessoas andando pelas ruas, muito vento, e muita chuva. Aos poucos fui percebendo que tudo e todos estão preparados para qualquer eventualidade. Tudo funciona naturalmente, e pouca movimentação de pessoas, se dava ao fato de ainda ser madrugada. Café da manhã com peixe e vamos para rua explorar o Japão e conhecer a sede da U-Team, que funciona num prédio onde já foi a sede do Corpo de Bombeiros.
Novo susto!
Estávamos no topo do prédio – sede da escola – quando soa o sistema de alarmes da cidade. Impressionante o sistema de comunicação que o Japão possui. Sabe aquelas cornetas que muitas igrejas deixam em suas torres aqui no Brasil? Multiplique por 10, em tamanho e propagação de som. O governo utiliza esse sistema para avisos que podem ser desde uma pessoa desaparecida a chegada de um Taifu. Nesse caso, para alívio o aviso era de um foco de incêndio nas proximidades. Claro que mantive a linha e fiz cara de paisagem. Impossível estar lá e não se lembrar da tragédia que esse país sofreu. Da mesma forma, impossível evitar a comparação com o Brasil – e nossa falta de planejamento urbano. Sem querer aqui levantar a bandeira, mas sim eu “tiro o chapéu” ao Governo Japonês. Planejamento + Determinação e Ações Preventivas fazem parte do cotidiano das pessoas.
Isso eles aprendem desde cedo nas escolas.
Respeito aos mais velhos, manter a ordem, a disciplina e a hierarquia. Nota: Já leu sobre essas três palavras no meu livro Retratos de Família? Assim o dia corria naturalmente, com muito vento e planejando a tão esperada visita ao Monte Fuji. E claro que a história continua em novo post amanhã. Mas adianto, o Fuji é tímido. Depois da noite de chuva, fomos presenteados com esse lindo dia de sol.
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